André Kertész (Português)

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André KertészAndré Kertész (Julho 2, 1894 – Setembro 28, 1985), nascido Kertész Andor, foi um fotógrafo húngaro conhecido por suas contribuições inovadoras a composição e séries fotográficas. No início de sua carreira, seus, então incomuns, ângulos de câmera e estilo, impediram seu trabalho de ganhar um reconhecimento mais abrangente. Kertész nunca sentiu que havia recebido o reconhecimento que merecia. Hoje ele é considerado uma das figuras seminais do fotojornalismo.

Apesar de sua família esperar que ele seguisse a carreira de corretor de ações na bolsa, Kertész se envolveu com a fotografia de forma independente, como autodidata, e seu trabalho inicial foi publicado principalmente em revistas, um grande mercado na época. Esse processo continuou até mais tarde na sua vida quando Kertész parou de aceitar trabalhos encomendados. Ele serviu brevemente na Primeira Guerra Mundial e mudou-se para Paris em 1925, a então capital mundial das artes, contra os desejos de sua família. Em Paris ele trabalhou para a primeira revista ilustrada da França, chamada VU. Envolvido com vários jovens artistas imigrantes e o movimento Dadaísta, ele atingiu sucesso de crítica e mercado.

Devido a perseguição alemã aos judeus e a amaça da Segunda Guerra Mundial, Kertész decidiu emigrar para os EUA em 1936, onde teve que reconstruir sua reputação através de trabalhos encomendados. Nos anos 40 e 50, ele parou de trabalhar para revistas e começou a obter grande sucesso internacional. Sua carreira é geralmente dividida em quatro períodos, baseado em que lugar ele estava trabalhando e onde ele era mais reconhecido. Estes períodos são chamados de Período Húngaro, Francês, Americano e Internacional.

Infância e Educação

Andor Kertész nasceu em 2 de julho de 1874 em Budapeste em uma família judia de classe média, seu pai era Lipót Kertész, um livreiro e sua mãe Ernesztin Hoffmann. Andor, conhecido como “Bandi” por seus amigos, era o filho do meio de três irmãos, incluindo Imre e Jenő. Quando Lipót morreu em 1908 de tuberculose, a viúva Ernesztin ficou sem meios de sustentar seus três filhos. O irmão de Ernesztin, Lipót Hoffmann, se incumbiu então de sustentá-los e tornou-se uma figura paterna para os meninos. A família logo mudou-se para a propriedade rural de Hoffman em Szigetbecse. Kertész cresceu em uma vida pacata e rural que iria moldar sua carreira profissional mais tarde.

Hoffman bancou as aulas de administração de Kertész na Academy of Commerce até sua graduação em 1912, e ainda arranjou para que fosse contratado pela bolsa de valores logo em seguida. diferente de seu irmão mais velho Imre, que trabalhou na bolsa de valores em Budapeste por toda sua vida, Kertész não tinha nenhum interesse neste campo. Ele foi atraído pelas revistas ilustradas e atividades como pescaria e natação no rio Danúbio, que passava perto da propriedade de seu tio.

Os primeiros encontros de Kertész com fotografia de revistas o inspirou a aprender fotografia. Ele foi também influenciado pelas pinturas de Lajos Tihanyi e Gyula Zilzer, assim como por poesia.

Período Húngaro

André Kertész - Circus, Budapest - 1920Circus, Budapest, 19 de Maio de 1920

Após ganhar dinheiro suficiente, Kertész rapidamente comprou sua primeira câmera (uma ICA Box) em 1912, apesar dos protestos de sua família em favor de continuar sua carreira no mundo dos negócios. No seu tempo livre ele fotografava os camponeses, ciganos e paisagens das planícies húngaras. Acredita-se que sua primeira fotografia seja “Sleeping Boy, Budapest, 1912″. Suas fotografias foram inicialmente publicadas em 1917 na revista Érdekes Újság, durante a Primeira Guerra Mundial, enquanto Kertész servia ao exército Austro-Húngaro. Já em 1914 (por exemplo, “Eugene, 1914”), seu estilo distinto e maduro já era evidente.

Em 1914, aos 20 anos de idade, ele foi enviado para a frente de batalha, onde ele tirou fotografias da vida nas trincheiras com uma câmera portátil (uma Goerz Tenax). A maior parte dessas fotografias foi destruída durante a violenta revolução Húngara de 1919. Ferido por uma bala em 1915, Kertész sofreu paralisia temporária no braço direito.

Ele foi enviado para convalescência em um hospital militar em Budapeste, mas foi transferido mais tarde para Esztergom, onde retomou suas atividades com fotografia. Atividades essas que incluíram um Auto-Retrato para uma competição da revista Borsszem Jankó. Sua foto mais famosa desse período é “Underwater Swimmer, Esztergom, 1917”, o único trabalho sobrevivente de uma série de nadadores cujas imagens são distorcidas pela água. Kertész explorou o assunto mais a fundo em sua série “Distortions” durante o início dos anos 30.

Kertész não se curou rápido o suficiente para voltar ao combate, e com a paz em 1918, ele retornou a bolsa de valores. Lá ele conheceu sua futura esposa, Erzsebet Salomon (que mais tarde passou a se chamar Elizabeth Saly), que também trabalhava na bolsa. Ele demonstrou interesse nela romanticamente. Durante esse período de trabalho e toda a sua carreira, ele usou Elizabeth como modelo para suas fotografias. Kertész também tirou inúmeras fotos de seu irmão Jenő. Kertész deixou sua carreira na bolsa de valores para tentar trabalhar na agricultura e criação de abelhas durante o início dos anos 20. Esta tentativa foi de curta duração devido as inconstâncias políticas que acompanharam a revolução e a vinda do comunismo.

Após retornar a bolsa de valores, Kertész decidiu emigrar para estudar em uma das escolas de fotografia da França. Sua mãe fez com que mudasse de ideia e ele não emigrou por vários anos. Trabalhando de dia na bolsa de valores, ele continuou envolvido com a fotografia no seu tempo livre.

Em 1923, a “Hungarian Amateur Photographer’s Association” selecionou uma de suas fotografias para o prêmio Prata, na condição de que ele a imprimisse pelo processo “bromoil”. Kertész não gostou da imposição e por isso recusou o prêmio. Ao invés do prêmio de Prata, ele foi recebeu então um diploma da Associação. Em 26 de Junho de 1925, a revista húngara Érdekes Újság usou uma de suas fotografias em sua capa, dando a ele bastante publicidade. Nesta época, Kertész estava determinado a fotografar Paris e se juntar a sua comunidade artística.

Período Francês

André Kertész - La Fourchette - 1928

The Fork, or La Fourchette, foi tirado em 1928 e é uma das obras mais famosas Kertész deste período.

Kertész emigrou para Paris em Setembro de 1925, deixando para trás sua mão, sua noiva Elizabeth, ambos os irmãos e seu tio Hoffman, que morreu logo depois. Elizabeth permaneceu até que seu futuro marido estivesse bem estabelecido em Paris para que eles pudessem casar. Kertész era um em muitos artistas húngaros que emigraram neste período, incluindo François Kollar, Robert Capa, Emeric Fehér, Brassaï, Julia Bathory, Man Ray, Germaine Krull e Lucien Aigner.

Inicialmente Kertész aceitou trabalhos encomendados de várias revistas europeias, obtendo publicidade do seu trabalho na Alemanha, França, Itália e Reino Unido. Logo após chegar em Paris Kertész mudou seu primeiro nome para André, o qual manteve até o final de sua vida. Em Paris ele obteve sucesso de crítica e comercial. Em 1927 Kertész foi o primeiro fotógrafo a ter uma exibição individual; Jan Slivinsky apresentou 30 de suas fotografias na “Sacre du Printemps Gallery”. Kertesz tornou-se bem conectado com membros do crescente movimento Dadaísta. Paul Dermée nomeou ele “Brother Seer” (Irmão Vidente) e “Brother Seeing Eye” (Irmão Com Olho) durante sua primeira exibição solo, aludindo a um monastério medieval onde todos os monges eram cegos, exceto um, que recebia essas mesmas denominações. Durante os anos seguintes, Kertész participou de várias exibições individuais ou em grupo. Em 1932 na Julien Levy Gallery em Nova York, o preço das provas de contato de Kertész foi estabelecido em US$20 (US$337 em 2013), uma soma considerável durante a Grande Depressão.

Kertész e outros artistas húngaros formaram um círculo sinergético, ele participou de exibições com alguns deles mais tarde em sua vida. Visitando a escultores amigos seus, ele ficou fascinado pelo movimento Cubista. Ele fez retratos dos pintores Piet Mondrian e Marc Chagall, da escritora Colette e do cinegrafista Sergei Eisenstein. Em 1928, Kertész deixou de usar suas câmeras do tipo plate-glass em favor das modernas câmeras Leica. Este foi um dos seus mais produtivos períodos de trabalho; ele fotografava diariamente, com seu trabalho dividido entre revistas durante o fim dos anos 20 e trabalhos pessoais. Em 1930, na Exposition Coloniale em Paris, Kertész foi premiado com a medalha de Prata por serviços a fotografia.

Kertész foi publicado em revistas francesas tais como Vu e Art et Médecine, pelas quais seu trabalho foi usado em inúmeras capas. Sua grande colaboração jornalística foi com Lucien Vogel, o editor francês de Vu. Vogel publicou seu trabalho como séries de fotos (photo essays), permitindo que Kertész reportasse em vários assuntos através de imagens. O fotógrafo ficou intrigado com a variedade de assuntos determinados por Vogel.

Em 1933 Kertész foi solicitado para realizar a série Distortion, em torno de 200 fotografias de Najinskaya Verackhatz e Nadia Kasine, duas modelos retratadas nuas em várias poses, com seus reflexos capturados em uma combinação de espelhos de distorção, semelhante a uma casa de espelhos de circos itinerantes. Em algumas fotografias, apenas partes de membros ou outras partes do corpo apareciam na reflexão. Algumas imagens também apareceram na edição de 2 de março de 1933 da revista Le Sourire e na edição de 15 de setembro de 1933 da revista Arts et métiers graphiques. Mais tarde, neste ano, Kertész publicou o livro Distortions, uma coleção do seu trabalho.

Em 1933 Kertesz publicou seu primeiro livro pessoal de fotografias, Enfants, dedicado a sua noiva Elizabeth e a sua mãe, que havia falecido naquele ano. Ele iria publicar regularmente nos anos seguintes. Paris (1934) foi dedicado aos seus irmãos Imre e Jenő. Nos Amies les bêtes (Nossos Amigos os Animais) foi lançado em 1936 e Les Cathédrales du Vin (As Catedrais do Vinho) em 1937.

Período Americano

Tensões políticas e sociais estavam surgindo na Europa com o crescimento do partido nazista na Alemanha. Muitas revistas enfatizavam estórias sobre assuntos políticos e pararam de publicar Kertész devido aos seus assuntos serem apolíticos. Com suas encomendas por trabalho caindo e a perseguição aos judeus aumentando, Kertész e Elizabeth decidiram se mudar para Nova York. A ele foi oferecido um trabalho na agência Keystone, pertencente a Ernie Prince. Em 1936, Kertész e Elizabeth embarcaram no SS Washington com destino a Manhattan.

André Kertész - Distortion 49, Distortion Series - 1933

Distortion#49, uma das imagens da série Distortion de 1933.

O casal chegou a Nova York em 15 de Outubro de 1936, com Kertész determinado a conseguir fama na América. Eles viveram no hotel Beaux Arts em Greenwich Village. Kertész acho a vida na américa muito mais difícil do que ele imaginava, iniciando um período que ele viria a chamar mais tarde de “tragédia absoluta”. Desprovido dos seus amigos artistas, ele também descobriu que os americanos rejeitavam ser fotografados nas ruas. Logo após sua chegada, Kertész aproximou-se de Beaumont Newhall, diretor do departamento de fotografia do Museum of Modern Art (MOMA), que estava preparando uma exposição intitulada Photography 1839 – 1937. Oferecendo a Newhall algumas de suas fotografias da série Distortions, Kertész ressentiu-se de seu criticismo, mas Newhall exibiu as fotografias mesmo assim. Em dezembro de 1937, Kertész teve sua primeira exibição individual em Nova York na PM Gallery.

A agência Keystone, que havia oferecido trabalho de campo a ele, estava exigindo que ele ficasse no estúdio da empresa. Kertész tentou retornar a França para visitar, mas não tinha dinheiro. Quando teve dinheiro o suficiente, a Segunda Guerra Mundial começou e daí, viajar para França era praticamente impossível. Suas dificuldades com a língua inglesa somavam aos seus problemas. Anos após aprender a falar francês em Paris, era difícil aprender uma nova língua. A falta de fluência em inglês contribuía para que se senti-se um forasteiro.

Frustrado, Kertész deixou Keystone após Prince sair da empresa em 1937. Ele foi contratado pela Harper’s Bazaar para um artigo sobre a loja de departamentos Saks Fifth Avenue para a edição de abril de 1937. A revista continuou a usá-lo em edições posteriores, ele também contribuiu com artigos para revista Town and Country para complementar sua renda. Vogue o convidou para trabalhar para a revista, mas ele não aceitou o convite acreditando que não era trabalho apropriado para ele. Ele escolheu trabalhar para a revista Life, começando com um artigo chamado The Tugboat. Apesar das diretrizes recebidas, ele fotografou mais do que apenas barcos rebocadores (tugboats), incluindo fotos de todo o cais e suas atividades. Life recusou-se a publicar as fotos não autorizadas. Kertész ressentiu-se das limitações impostas ao seu trabalho.

Em 25 de outubro de 1938, Look publicou uma série de fotografias de Kertesz, chamada A Fireman Goes to School; mas creditou erroneamente para Ernie Prince, seu antigo chefe. Enfurecido, Kertész considerou nunca mais trabalhar com revistas novamente. Seu trabalho foi publicado na revista Coronel em 1937, mas em 1939 ele foi excluído quando a revista publicou uma edição especial dos seus fotógrafos mais importantes. Mais tarde ele cortou todas as relações com a revista e seu editor, Arnold Gingrich. Após ser excluído da edição de junho de 1941 de Vogue, dedicada a fotografia, Kertesz cortou relações com essa revista também. Ele havia contribuído com mais de 30 trabalhos e séries para Vogue e House and Garden, mas foi omitido da lista de fotógrafos importantes de ambas as revistas.

Em 1941, o casal Kertesz foi designado como “inimigos do estado” devido a Segunda Guerra Mundial (a Hungria era aliada aos países do Eixo – Alemanha/Itália/Japão). Kertész não era permitido fotografar nas ruas ou ter qualquer projeto relacionado a segurança nacional. Tentando evitar problemas porque Elizabeth havia começado uma companhia de cosméticos (Cosmia Laboratories), Kertész interrompeu todo o seu trabalho por encomendas e essencialmente, desapareceu do mundo da fotografia por três anos.

Em 20 de janeiro de 1944, Elizabeth se tornou cidadã americana; e Kertész foi naturalizado em 3 de fevereiro. Apesar da competição com fotógrafos tais como Irving Penn, Kertész retomou seu trabalho por encomendas com revistas. Ele foi omitido da lista de 63 fotógrafos que a Vogue’s identificou como sendo os mais as significantes em sua “árvore genealógica fotográfica”. Mas, House and Garden contratou ele para suas fotografias da edição de natal. Além disso, em junho de 1944, László Moholy-Nagy, diretor da New Bauhaus – American School of Design, ofereceu a ele a posição de professor de fotografia. Apesar da honra, ele recusou.

Em 1945, Kertész lançou um novo livro, Day of Paris, feito de fotografias tiradas pouco antes de sua imigração para os EUA. O livro obteve sucesso de crítica. Como negócio de cosméticos de sua esposa florescendo, Kertész concordou em 1946 com um contrato de exclusividade de longo termo com a House and Garden. Apesar de restringir sua liberdade editorial e demandar várias horas em estúdio, o pagamento de pelo menos US$10,000 por ano (US$118,000 em 2013) era satisfatório. Todos os negativos fotográficos eram retornados a ele após 6 meses, para o seu uso pessoal.

Kertész trabalhou nos cenários de várias casas famosas e locais de destaque, assim como no exterior, quando ele viajou novamente, na Inglaterra, Budapeste e Paris, renovando antigas e fazendo novas amizades. Durante os anos de 1945-1962, House and Garden publicou mais de 3,000 de suas fotografias e ele criou uma alta reputação na área. Com pouco tempo para seu trabalho pessoal, Kertész sentiu-se ansioso para poder exercitar sua criatividade artística.

Em 1946, Kertész teve uma exibição solo no Art Institute of Chicago, mostrando fotografias da série Day of Paris. Kertész disse que foi uma das melhores épocas em sua estadia nos EUA. Em 1952, ele e sua esposa mudaram-se para o 12o andar de um apartamento próximo a Washington Square Park, o cenário para algumas de suas melhores fotografias desde que imigrou para os EUA. Usando uma lente telefoto, ele tirou uma série de fotografias da praça coberta de neve, mostrando inúmeras silhuetas e pegadas. Em 1955 ele sentiu-se insultado por ter seu trabalho excluído quando Edward Steichen’s The Family of Man Show foi exibido no MoMA. Apesar do grande sucesso na exibição de Chicago, Kertész não obteve mais nenhuma exibição até 1962, quando suas fotografias foram exibidas na Long Island University.

Período Internacional

No fim de 1961, Kertész quebrou seu contrato com Condé Nast Publishing após uma disputa de menor importância e, reiniciou seus trabalhos pessoais. Este período final de sua vida é usualmente chamado de Período Internacional, quando ele obteve reconhecimento mundial e suas fotos foram exibidas em vários países. Em 1962 seu trabalho foi exibido em Veneza; em 1963, ele foi um dos artistas convidados para a IV Mostra Biennale Internazionale della Fotografia também em Veneza, onde foi premiado com a Medalha de Ouro por sua dedicação a indústria fotográfica. Mais tarde, em 1963, seu trabalho foi mostrado em Paris na Bibliothèque Nationale de France. Mais tarde ele foi a Argentina para visitar seu irmão mais novo Jenő pela primeira vez em muitos anos. Kertész experimentou com fotografar com cores, mas produziu apenas poucos trabalhos.

Em 1964, logo após John Szarkowski se tornar diretor de fotografia do Museum of Modern Art, ele organizou uma exibição individual de Kertész. Com seu trabalho aclamado pela crítica, Kertész ganhou reconhecimento internacional no mundo da fotografia como um artista importante. O trabalho de Kertész foi incluído em várias exibições pelo mundo no fim de sua vida, até no início dos anos 90. Devido ao seu recente sucesso, em 1965 Kertész foi apontado como membro da American Society of Media Photographers.

Seus prêmios logo se acumularam:

  • 1974, Guggenheim Fellowship;
  • 1974, Commander of the French Ordre des Arts et des Lettres;
  • 1977, Mayor’s Award of Honor for Arts and Culture in New York,
  • 1980 the Medal of the City of Paris, and the first Annual Award of the Association of International Photography Art Dealers in New York; and
  • 1981, honorary Doctorate of Fine Arts from Bard College, and the New York Mayor’s Award of Honor for Arts and Culture that year.

Durante esse período Kertész produziu novos livros. Ele foi capaz de recuperar alguns dos negativos que havia deixado na França décadas atrás.

Apesar de seus sucessos, Kertész ainda sentia que não havia sido devidamente reconhecido como fotógrafo. Seus últimos anos foram gastos viajando a vários lugares no mundo para suas exibições, especialmente Japão, e re-estabelecendo antigas amizades com outros artistas. Para lidar com a morte sua esposa em 1977, Kertész retornou a sua nova rede de amigos, sempre visitando eles para longas conversas. Nesta época, ele havia aprendido um inglês básico e conversava no que seus amigos chamavam de “Kertészian”, uma mistura de húngaro, inglês e francês.

Em 1979, a Polaroid Corporation deu a ele uma de suas novas câmeras, o modelo SX-70, que ele experimentou nos anos 80. Com sua fama ainda em crescimento, Kertész foi homenageado com o National Grand Prize of Photography em Paris em 1982, assim como o 21st Annual George Washington Award da American Hungarian Foundation no mesmo ano. Sua agente, Susan Harder, era muito ativa na promoção de reconhecimento a sua contribuição a história da fotografia.

Kertész morreu tranquilamente em casa, enquanto dormia, em 28 de Setembro de 1985, ele foi cremado e suas cinzas foram enterradas com as de suas esposa.

Avaliação Crítica

Ao longo de sua carreira, Kertész foi descrito como um “unknown soldier” (soldado desconhecido) que trabalhava atrás das cenas da fotografia, raramente citado pelo seu trabalho, mesmo na sua morte nos anos 80. Kertész achava que não havia sido devidamente reconhecido ao longo de sua vida, e por isso passou grande parte dela em busca de aceitação e fama. Mesmo tendo recebido inúmeros prêmios de fotografia, ele nunca sentiu que seu estilo e trabalho foi inteiramente aceito pela crítica e pelos admiradores de arte. Entretanto, em 1927, ele foi o primeiro fotógrafo a ter uma exibição individual. Kertész disse que somente em sua exibição de 1946 no Art Institute of Chicago, que ele sentiu que recebia pela primeira vez críticas positivas sobre o seu trabalho e frequentemente cita esta exibição como um de seus melhores momentos nos EUA. Durante sua estadia nos EUA, ele foi citado como sendo um artista intimista, trazendo a o expectador para dentro do seu trabalho, mesmo quando a imagem era de assuntos intimidantes como a cidade de Nova York, e até seu trabalho impresso após sua morte recebeu boas críticas; “Kertész estava acima de todos e era consistentemente um grande fotógrafo”. O trabalho de Kertész em si é descrito como predominantemente apoiado na luz e, até o próprio Kertész afirmava que “eu escrevo com luz”. Ele nunca foi considerado como um fotógrafo que opinava sobre seus assuntos, mas sim que capturava eles – isto é quase sempre citado como sendo a causa do seu trabalho ser despercebido; ele se ateve a uma conduta apolítica e não ofereceu nenhuma profundidade de pensamento com suas fotos além da simplicidade da vida. Com sua arte intimista e nostálgica, as imagens de Kertész aludiam a uma ideia atemporal, apenas reconhecida após sua morte. Diferente de outros fotógrafos, o trabalho de Kertész dava uma indicação de sua vida, mostrando em ordem cronológica onde ele passava seu tempo; por exemplo, muitas de suas fotografias francesas eram de cafés onde ele passava a maior parte do seu tempo a espera de inspiração.

Apesar de Kertész raramente ter recebido críticas desfavoráveis, era a falta de críticas que o levaram a se sentir não reconhecido. Agora, entretanto, ele é constantemente considerado como o pai do fotojornalismo. Mesmo outros fotógrafos citam Kertész e suas fotografias como inspiradores; Henri Cartier-Bresson uma vez disse sobre ele no início dos anos 30, “Nós todos devemos muito a ele”.

Para mais informações sobre André Kertész, clique aqui para visitar sua página na Wikipedia. Clique aqui para visitar minha galeria de André Kertész no Pinterest.

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