Existem vários estilos de fotografia; retratos, paisagem, comercial, eventos, moda, etc. E existe também uma tal de fotografia ‘fine art’. Já falei sobre fotografia fine art aqui. Mas relembrando em poucas palavras, fotografia fine art seria a fotografia com um valor artístico agregado, independente do estilo.
E o que seria esse ‘valor artístico’? Bom, não me sinto qualificado para definir o que tem e o que não tem valor artístico, mas acredito que o conceito pode ser facilmente determinado. É quando o fotógrafo imprime na imagem final um pouco – ou muito – de sua visão pessoal, ou seja, independentemente do estilo, a fotografia também pode ser autoral.
Toda fotografia autoral é fine art então? Claro que não! Isso seria o mesmo que dizer que toda fotografia de retrato é tão boa quanto um Avedon, ou de paisagem um Ansel Adams, ou … vcs já entenderam neh.
Mas então a fotografia autoral que não é fine art não tem valor? Depende; valor artístico, comercial? Provavelmente não. Mas e daí? Isso importa? De novo, depende. O autor tinha intenção de produzir fotografia fine art e entrar na lista das 10 fotografias mais caras da história? Tinha intenção de entrar para o seleto grupo de fotógrafos que tem suas imagens comercializadas em galerias de arte da moda? Queria vender suas imagens em lojas online de fotografia ‘fine art com edição limitada’? Ou simplesmente vendê-las em um banco de imagens? Ou ainda, imprimir, emoldurar e vender em feiras de artesanato em pontos turísticos de sua cidade? Ou então, vejam só, apenas imprimir, emoldurar e pendurar na parede de sua casa ou escritório?
Voltando a pergunta inicial, como é definido o valor artístico e por consequência, o valor comercial? Este é definido por especialistas, coisa que não sou, e por isso não me estenderei neste ponto. Mas a pergunta que realmente importa na minha opinião, é a seguinte:
Qual o valor do seu trabalho para você, o autor?
Esta sim é a pergunta que todo autor deve fazer, porque afinal de contas, trabalho autoral, como já deteminamos, é a visão pessoal do autor, e não a visão pessoal do especialista ou do comprador de fine art.
Então, se você quer praticar fotografia autoral, esqueça esse negócio de ‘fine art’, e dedique-se a encontrar dentro de você mesmo as razões pelas quais você quer praticar fotografia e use este conhecimento como base da sua fotografia autoral.
Amplie seus horizontes, estude fotografia, não apenas aquelas técnicas infalíveis de HDR, mas também os grandes nomes da fotografia, como os já citados Richard Avedon e Ansel Adams, e muitos outros. Procure os mestres do estilo que você mais se identifica, tanto do passado quanto do futuro. Do futuro? Sim, pesquise os nomes mais badalados do momento e conheça o trabalho deles. Pesquise também os nomes que não são famosos; é provável que você vá encontrar alguém que impressione você. Afinal de contas Van Gogh não era famoso quando era jovem. Falando em Van Gogh, a pintura tem muito a ensinar a fotografia; amplie seus horizontes.
Não se intimide, siga seus instintos, crie sua fotografia autoral. Uma coisa eu garanto, você irá aprender muito sobre você mesmo, e isso certamente irá repercurtir positivamente em sua vida.